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quarta-feira, 23 de maio de 2012



A BANDANA

“Lenço de três pontas para amarrar a cabeça e voltar para a sala de aula...” Passei o dia inteiro ouvindo as pessoas buscarem um significado para essa frase. E só agora lembrei que outros governadores de estado, quando não tinham um projeto de governo para a educação, não suportavam a ideia de que toda verba aplicada no sistema educacional não é simplesmente gasto e sim investimento.

Então pude recordar, ainda perplexo com vossa declaração, que em momento de greve por questões salariais, esses senhores de poder passageiro – digo passageiro, porque  no atual  sistema quem  manda são os grandes empresários, lobistas e  investidores de campanhas eleitorais - sempre se referem aos profissionais de magistério como “donas de casa” ou “empregadas do lar”. Em outras épocas, um Governador de Minas Gerais chegou a citar que “professora não era profissão e sim hobby de esposas”, massificando a ideia de que o papel de mantenedor da família era dos maridos e não do suor do trabalho das mulheres.

Viramos o milênio e continuamos a ouvir esses mesmos insultos que parecem indignar só as mulheres que atuam em sala de aula. Por que a mulher? Sempre são elas as principais atingidas! Será que governadores são sempre tomados pela ira de tentar calar a voz de quem na educação ou nos movimentos sociais faz a diferença?

Reconheço que o mercado de trabalho na esfera do conhecimento tem se apoiado no talento e esforço de mulheres, e isso possibilita aos homens serem sempre coordenados por uma grande pensadora. Talvez o comando escolar feminino, mais humano, é o que faz a aprendizagem realmente acontecer. No entanto, poucos estudiosos têm pesquisado esse tema.

Atenderei vossa sugestão, ó nobre governante desse meu estado de todos os santos. Negro, mas feminino; carnavalesco, mas feminino também. Afirmo que não ficarei constrangido por isso, e quando eu usar a minha bandana na cabeça, vai ser por entender que tenho muito a aprender com minhas colegas, as quais embora tenham inúmeras funções acumuladas para dar conta, atendem a todas com muita honradez e competência, seja na escola, casa, igreja; seja em sindicato e até partido político.

Acho até, vossa excelência, que mesmo sem querer concordar comigo, pois em todo noticiário que assisto ou leio, na hora de falar sobre trabalho e projeto, é da nossa presidente que tu falas o tempo inteiro. E quem sabe será a bendita bandana o símbolo de uma vitória contra qualquer forma de discriminação. Até a vitória!


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