Docentes da rede municipal de Teresina-Pi conquistam 24,26% de reajuste salarial linear

Vitória é um exemplo positivo para o magistério de todo o país

Após quase 90 dias de greve, os professores da Rede Municipal de Teresina-Pi conquistaram um reajuste salarial linear histórico para toda a categoria: 24,26%. O percentual, votado nesta quarta-feira (02.05) por todos os vereadores, corrige inclusive distorções do reajuste de 2011, onde os docentes tiveram algumas perdas. Por isso é um pouco acima dos 22,22% relativos ao Piso Nacional do Magistério. Uma grande vitória, referência para as lutas do magistério em todo o país.

Muitos ataques...

Mas a luta não foi nada fácil. Desde o início do movimento, em 6 de fevereiro, os docentes enfrentaram a intransigência do prefeito Elmano Ferrer e do seu secretário Paulo Machado. "Não podemos dar reajuste acima de 6%", diziam numa só voz Elmano e seu secretário de "educação". "O reajuste de 22,22%, de acordo com a lei, é só para os professores de nível médio", disseram os vereadores, quando votaram a primeira proposta de 6% enviada pelo prefeito. Afora isso, a PMT pediu a ilegalidade da greve, processou dirigentes do sindicato, mandou a polícia bater nos principais organizadores do movimento. A luta enfrentou também a pesada multa que o desembargador Sebastião Martins impetrou ao Sindserm-The, de vinte mil reais diários. Há ainda os problemas causados por parte da mídia, que, desde o início, tentou jogar a opinião pública contra os grevistas.

... e heróica persistência

Todos os esforços do prefeito Elmano, no entanto, não foram capazes de abalar a disposição que a categoria teve e tem para reagir e continuar a lutar. Panfletagens, piquetes nas escolas, passeatas, ocupação da Semec, queima de pneus e acampamento em frente à PMT, tudo foi feito para dobrar Elmano e os inimigos da Educação Municipal de Teresina. O resultado não poderia ter sido outro, a não ser a vitória. Um grande exemplo para as lutas de todo o país.

Após a votação que garantiu o reajuste histórico de 24,26%, os professores decidiram suspender o movimento paredista e ficar em estado de greve, vez que falta ainda o prefeito negociar os retroativos do reajuste de janeiro até abril deste ano. Nova Assembleia Geral deve ser marcada para os próximos dias.

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